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A História de Suspicious Minds

A História de Suspicious Minds

Nero

Uma canção de amor disfuncional, escrita por Mark James em 1968, que só teve sucesso quando recebeu aquele mojo único do Elvis.

O American Sound Studio estava a crescer em reputação e Mark James havia tido três singles “número 1” nos estados do sul da América. Em 1968, “Chips” Moman convidou Mark James a ir até Memphis e aí, entre jams de Telecaster e Hammond, surgiu “Suspicious Minds”.

A Scepter Records lançou o tema, mas a editora não tinha dinheiro para promover novos artistas e o público não ficou impressionando com os problemas conjugais de James e da sua, então, primeira esposa, que desconfiava dos fortes sentimentos que James ainda sentia pela sua paixão de infância, entretanto casada em Houston. Nesta altura, programas como Jersey Shore não se safavam com o público norte-americano, depois não gostam que se diga «bons velhos tempos».

No mesmo ano, através das sessões ’68 Comeback Special, Elvis estava a tornar a crescer em popularidade e credibilidade. Para dar seguimento ao sucesso, o Rei estava no American Studio Recording a preparar o álbum “From Elvis In Memphis”. Era preciso uma malha bem rock n’ roll e quando Elvis ouviu “Suspicious Minds” ficou imediatamente decidido a gravar a sua versão. Moman tornou a produzir o tema.

A canção ficou gravada no dia 23 de Janeiro de 1969, numa sessão que teve lugar das 04h às 07h da manhã. No total foram feitos 8 takes. James não esteve presente nas sessões de gravação por sentir que a sua presença inibia o Rei do Rock N’ Roll.

A versão de Elvis acabou por não surgir no álbum “From Elvis In Memphis” e esteve quase para não ser editada devido a uma disputa de copyright. Os advogados de Elvis queriam metade dos direitos da composição e James não gostou do negócio. A RCA tomou conta do processo, dando metade dos direitos a Elvis, por considerar que a sua versão iria tornar o tema num sucesso de vendas. A editora lançou o single em Agosto de 1969, nos coros estava Donna Jean Godchaux que, entre 1972 e 1979, seria vocalista dos Grateful Dead! O tema ostenta uma curiosa variação rítmica, entre um 4/4 e um mais lento 6/8.

“Suspicious Minds” tornou-se um sucesso, como previsto, e é apontado por muitos como um dos temas responsáveis por tornar a solidificar a carreira de Elvis. Foi o 17º single do Rei a chegar a número 1, na semana de 1 de Novembro de 1969, onde permaneceu durante uma semana (um recorde para Elvis) e foi o seu último single a atingir essa posição durante a sua vida. Em 1970, Elvis gravou uma versão mais rápida, no Las Vegas International Hotel (hoje em dia Hilton), onde o guitarrista James Burton e, especialmente, o baterista Ronnie Tut (em estúdio essas partes estiveram a cargo de Reggie Young e Gene Chrisman, respectivamente) explodem o tema numa actuação tão frenética quanto a do Rei.

Qualquer uma das versões, a original de Mark James ou a de Elvis, são consideráveis, mas é a versão ao vivo em Las Vegas que merece o título de malhão!