Who The F*ck is Post Malone?
O músico de 24 anos é uma das caras mais conhecidas na música mainstream e em 2019 foi o artista mais reproduzido no Spotify. É extremamente versátil e combina Hip-Hop com R&B, Pop e Rock. Afinal quem é Post Malone?
Post Malone está certamente incluído no grupo de artistas mais populares da actualidade. Em 2019, de acordo com a Forbes, Austin Richard Post, foi o músico com mais reproduções em toda a plataforma Spotify.
O seu álbum “Hollywood’s Bleeding”, editado a 6 de Setembro de 2019, alcançou o segundo lugar de reproduções totais no Spotify nesse mesmo ano, perdendo o primeiro lugar para “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?”, de Billie Eilish (se não sabes muito sobre ela, temos o artigo perfeito para ti). Mas os lugares no topo não começaram em 2019.
O álbum “Beerbongs & Bentleys”, lançado a 27 de Abril de 2018, acumulou 78,744,000 reproduções no Spotify em apenas 24 horas e estabeleceu um novo recorde para a plataforma. Vamos saltar para o dia 12 de Maio de 2018, quando Post Malone estabeleceu um novo recorde ao quebrar o maior número de músicas em simultâneo no Top 100 da BIllborad (nove músicas). Até aí, o recorde de seis músicas era partilhado pelos The Beatles e J.Cole.
Mas como é que Post Malone conseguiu chegar até aqui? O momento mais significante na carreira musical de Post foi o lançamento de “White Iverson”. A música é uma referência directa ao jogador de basketball Allen Iverson e inclui dezenas de referências ao desporto, tal como ao modo de vida extravagante dos atletas da NBA. O instrumental foi produzido pelo próprio e a música foi inicialmente lançada no seu perfil de Soundcloud, no dia 4 de Fevereiro de 2015. Recebeu tantos elogios como depreciações. Muitos gostavam da sonoridade leve e da percussão de trap, enquanto outros desprezavam o auto-tune e as melodias cantadas que fugiam ao hip-hop.
O vídeo da música catapultou ainda mais a popularidade e as críticas, com inúmeros comentários sobre o seu aspecto físico. Post Malone estava aparentemente a seguir os passos estabelecidos por Drake, que começou a combinar R&B com hip-hop e a alternar entre melodias cantadas e rimas. Apesar desta mudança no paradigma do hip-hop ter sido fortemente estabelecida por Drake, que também se tornou uma enorme força no mainstream, a origem desta mistura e evolução é atribuída a Kanye West — o álbum “808s & Heartbreak” foi uma influência directa para Drake e para o novo estilo de hip-hop que continua a dominar a música actual.
Com os números de “White Iverson” a subirem rapidamente (um milhão de reproduções em um mês), as editoras procuraram com igual velocidade assinar contrato. Post Malone decidiu ficar com a Republic Records e até hoje é a editora responsável por todos os seus lançamentos.
O seu catálogo é essencialmente hip-hop, mas tem várias vertentes e características singulares. Talvez seja essa a fórmula secreta para a popularidade nos dias de hoje. Os instrumentais são sempre modernos, carregados frequentemente por melodias sintetizadas e a percussão é potente, rápida e destaca os sons mais graves (a fórmula do trap moderno). As letras abordam, normalmente, a vida de um artista jovem e rico, materialismo e os pontos altos e baixos de relações amorosas.
Em entrevista à GQ, Post Malone disse que não quer «ser um rapper» e só quer ser «uma pessoa que faz música». Esta visão é compreensível e conseguimos ver que a sua música é influenciada por vários géneros musicais. No seu mais recente álbum, “Hollywood’s Bleeding”, a faceta rock foi mais apresentada e diluída entre as músicas do projecto.
“Take What You Want” inclui a participação de Ozzy Osbourne e apesar da percussão ser tipicamente hip-hop (quem esperava ouvir Ozzy por cima da sonoridade trap?!), as guitarras e o próprio solo a fechar a faixa, expressam claramente a energia do rock. Para retribuir o favor, Post Malone também participou no álbum “Ordinary Man” de Ozzy Osbourne (21 de Fevereiro de 2020), na música “It’s a Raid”.
Se a devoção e o respeito pelo rock ainda não estavam a ser levados a sério, o concerto em livestream de Post Malone em homenagem aos Nirvana trancou quaisquer preconceitos. Se não viste, o concerto completo está disponível no Youtube e temos a review aqui, onde escrevemos ter sido «uma tremenda surpresa. Post Malone foi capaz de captar muito daquilo que fez a maior parte de uma geração adorar os Nirvana, tendo ainda o mérito de, em absoluta devoção a Kurt Cobain, conseguir imprimir o seu próprio carácter».
Em outros tempos, quando frequentava a escola secundária, fez uma audição para a banda Crown the Empire. Não entrou na banda, mas entretanto já fez imensas covers de rock em casa ou nos seus concertos ao vivo: “Basket Case”, dos Green Day; “Don’t Think Twice, It’s All Right”, de Bob Dylan; “Don’t Look Back In Anger”, dos Oasis; “Dark Necessities” dos Red Hot Chili Peppers ou “Wanted Dead or Alive” dos Bon Jovi.
O Rock in Rio 2020 tinha anunciado Post Malone como cabeça de cartaz para o dia 28 de Junho, mas o COVID-19 estragou os planos. O festival já anunciou o reagendamento para 2021 e que pretende manter o cartaz, no entanto ainda não existe a confirmação do artista na nova edição. Também não sabemos se a música futura de Post Malone vai continuar a explorar o hip-hop, a misturar géneros ou até a criar algo completamente novo…
Estaremos cá para ouvir.