Gonçalo Correia [Process Of Guilt] Vs. Roland TM-1
O módulo compacto Roland TM-1 permite-te adicionar novos sons e efeitos à tua bateria acústica. Uma solução bem prática, simples e económica para tornar a bateria híbrida, que rodámos com Gonçalo Correia, baterista dos Process Of Guilt.
A Roland apresentou na NAMM 2019 um novo módulo de trigger – o TM-1. Membro da série de produtos híbridos de bateria, tem a capacidade de adicionar elementos electrónicos às baterias acústicas. Compacto e fácil de operar, o TM-1 oferece uma solução simples para utilizadores iniciantes. Providencia acesso instantâneo a sons de bateria criados com processamento de estúdio, como bateria/percussão electrónica e ritmos em loop – impossíveis de reproduzir com uma bateria acústica simples. Inclui 15 kits “prontos-a-tocar” com dois instrumentos em cada, e os kits internos incluem várias combinações de bombo e tarola, além de loops de sintetização.
Com a aplicação TM-1 Editor (Mac/Windows/iOS/Android), podes ainda aceder a mais de 150 sons adicionar, importar samples de áudio originais, atribuir sons a cada trigger pad e personalizar sons de forma rápida e eficaz. Não fomos tão longe. Tendo recebido da Roland um protótipo de testes, apenas explorámos as definições de fábrica. Na AS#62, escrevemos a nossa apreciação completa a um protótipo do novíssimo Roland TM-1, que rodámos com a participação de Gonçalo Correia, baterista dos Process Of Guilt. Para o artigo completo, basta passar na nossa loja. Esta unidade foi uma das escolhidas pela nossa redacção para figurar entre os melhores produtos de bateria de 2019.
SPECS
O Roland Trigger Module 1 (TM-1) possui 15 kits pré-configurados, 30 sons pré-carregados de fábrica e capacidade de armazenamento para 30 samples de utilizador. A capacidade de duração média dos samples é de seis segundos. Os formatos de arquivo são Mac OSX e iOS (WAV, AIFF, MP3, AAC, Apple Lossless); Windows (WAV 44.1 kHz, 16/24 bits) e Android (WAV 44.1 kHz, 16 bits, MP3). Controlos de definição são espelhados para cada um dos triggers e temos SENS (sensibilidade), PITCH, DECAY e LEVEL.
Depois há ainda os botões MODE SELECT, MUTE, KIT SHIFT e naturalmente, o interruptor. No painel traseiro temos ainda duas entradas mono para os triggers e as saídas stereo de áudio e auscultadores. Todas as I/O’s são jack ¼’’. Definindo o Output para “Mix”, a mistura do sinal do trigger 1 e 2 é efectuado em mono. Definindo o Output para “Individual”, cada trigger envia o sinal separadamente para esquerda (1) e direita (2). Há possibilidade de conectividade USB, port para USB tipo B e ainda MIDI.
O TM-1 é alimentado por um transformador 9V (não incluído), por pilha 9V/6LR61, ou pelo computador através da ligação USB. Uma pilha deve render cerca de três horas de independência, em uso continuado.
SOM & PERFORMANCE
O TM-1 foi projectado como um pedal de efeitos de guitarra, funcionando a pilhas ou alimentação AC. As duas entradas de trigger podem acomodar dois dispositivos de trigger único ou um dispositivo de trigger duplo, enquanto os knobs de controlo de acesso-direto e dois pedais facilitam a operação. Também é possível silenciar o som híbrido com um toque de pé, permitindo tocar em modo totalmente acústico e alternar dinâmicas a gosto. Simplesmente liga qualquer trigger pad da Roland compatível ao TM-1 e toca diretamente os sons que necessitas ou, tal como fizemos, monta um trigger da série RT a uma das tuas baterias acústicas e toca com a tua sample favorita estratificada no topo em perfeita sincronia, sem qualquer tipo de latência (pelo menos que tenhamos notado de forma natural).
Fomos pela segunda via, mas usámos uns triggers da DW. Esta opção criou alguns conflitos no som, na sensibilidade e na resposta do aparelho às batidas. Acreditamos que com os triggers recomendados pela marca o TM-1 tenha um comportamento bastante superior, afinal os problemas que referimos tratam-se de pequenos pormenores, como podem ouvir no vídeo da sessão. Há um aspecto menos positivo incontornável: a saída de auscultadores tem pouco output. Ora, este é um produto desenvolvido para os bateristas poderem usar em combinação com peças acústicas, portanto o som natural vai ser sempre significativo. Basicamente, necessitam de algum controlo para poder perceber nos auscultadores o que se está a passar e para trabalharem a mistura dos sons.
Retirando-o da caixa, o TM-1 prepara-se rapidamente para ser tocado, é simples ligar os triggers à bateria acústica e ao módulo. Os kits presentes no circuito estão principalmente programados para actuar no bombo e na tarola (afinal, essa é a espinha dorsal do som de uma banda). Começam com uma lista de características mais apropriadas para o rock e metal, e prosseguem depois para coisas mais funk, hip-hop e música electrónica. São um bom ponto de partida para perceber melhor o dinamismo entre o módulo, os triggers e o som acústico, com os controlos SENS e DECAY a assumirem maior protagonismo no desenho do som híbrido.
O nível de funcionalidade dos botões de footswich é considerável, podendo ser programados para circular através dos kits disponíveis, para alternar apenas entre os kits que preferirem ou até para funcionarem como triggers para determinados sons (embora não tenhamos explorado esta característica). O TM-1 é capaz de reagir bem às necessidades do baterista, responde rapidamente às alternância de sons e é bastante prático, somando um “cheirinho” extra em quase qualquer situação. Os samples também motivam bastante em situações de treino, criando um contexto mais musical quando estão a tocar sozinhos.