Bong, Hipnose Sónica
2015-05-01, SWR, BarroselasMisticismo, lisergia e tema novo. Os mantras de Bong pedraram quem os ouviu.
A abertura do set deixou imediatamente nítida uma verdade irrefutável. Por mais que haja um certo preconceito (incompreensão?) com bandas que estão sob termos como doom, sludge, drone ou stoner, na verdade, esse é o local onde mais tem sido venerado o culto psicadélico e experimental dos anos dourados do rock, os anos 70. Os Bong foram acólitos dessa religiosidade, através da densidade lisérgica dos baixos de Dave Smith. É esse pilar central da banda, como um mandala sonoro a congregar a hermenêutica musical da banda: sustenta o peso sonoro, arrasta os riffs e permite a expansão melódica, estruturada ou improvisada, da guitarra.
Os Bong mostraram “Time Regained” que fará parte do novo álbum
Um som capaz de “pedrar” os sentidos, onde terá, contudo, faltado algum volume e definição às guitarras de Mike Vest. Quem se destacou foi mesmo o baterista Mike Smith, desde logo na dinâmica apresentada na abertura, capaz de angular ritmicamente as estruturas de repetição da banda e, ao mesmo tempo, vivificá-las com crescendos de intensidade e preenchimento. Um concertão em que o SWR ainda teve direito a ouvir “Time Regained”, malhão redimensionado pelos mantras vocais de Dave Smith, como que uma mistura de entoações monásticas tibetanas e bizantinas, e que fará parte do álbum que irá sair no final de Maio.