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7.5

Buraka Som Sistema

Komba

Enchufada, 2011-10-24

Nero

“Komba” tem o som de uma ideia em ascensão meteórica, com vigor e com a inclusão de mentes que lhe aderem. Convidados como Afrikan Boy, Kaysha, Sara Tavares, Terry Lynn, Blaya, Roses Gabor, Stereotyp ou Bomba Estéreo, assumem os pressupostos dos Buraka e acrescentam versatilidade ao álbum.

O único problema de “Komba” será a descaracterização que os mass media possam fazer do disco, tornando o disco em algo que não é – uma caixa desfragmentada de peças pop para promover avulso. Isto porque a interacção dos temas, as dinâmicas de relação e surgimento seguem percursos que os valorizam muito mais que tê-los isolado um a um – de resto esse é muitas vezes o problema dos discos de dance music quando tentam lançar-se no mercado mainstream do álbum, o todo é descurado em favor das partes, o que não sucede em “Komba”. Há um sentido de maior repetição [atenção, não se leia monotonia, mas estrutura] em vez de colagem.

É curioso dizê-lo até pelo percurso nómada de construção do mesmo, com recurso a vários estúdios [RedBull Studios, Estúdio Enchufada, Estúdio BBS], mas a unidade é garantida pelos alicerces de fusão entre o electro, o dubstep e os ritmos africanos que fundaram o projecto. Uma das maiores características desses alicerces é a preocupação nas linhas vocais, que se grudam no ouvido e são fixados na memória, tal como no primeiro álbum. A verdade é que se todas as festas dos mortos tivessem este groove, não seria tão mau estar morto.