Deftones: A graciosa arte de partir tudo
2017-07-15, Super Bock Super RockA banda liderada por Chino Moreno trouxe à Meo Arena temas mais antigos, deixando, praticamente, de fora o novo “Gore”.
Sete anos depois, a banda de Sacramento reuniu, tal como os Red Hot, uma fiel geração de fãs que cresceu nos anos 90 ao som do “nu metal” dos Deftones, rótulo que a banda por várias vezes rejeitou. Em pouco mais de uma hora Chino Moreno foi capaz de provar, uma vez mais, que consegue mandar qualquer palco abaixo com a sua estridente energia e dote vocal. Não tirando mérito a nenhum dos músicos constituintes da banda, imaginar Deftones sem Chino é impossível.
Uma setlist muito centrada nos velhinhos “White Pony” e “Around the Fur” (provavelmente uma boa aposta da banda), excluindo os novos temas de “Gore” como o excelente single “Prayers/Triangles”, preferindo “Phantom Bride“, que no original conta com a participação de Jerry Cantrell dos Alice in Chains (um concerto de Deftones + AIC em Portugal, seria pedir muito? Como aquele de 2006, com os Tool ao barulho também, no mesmo dia de festival…).
Para os que assistiam de cima houve oportunidade de observar de outra perspectiva. Este concerto teve direito a tudo o que um espectáculo de metal ou rock pesado merece. Isto é crowdsurfing, inúmeros moshes, hall of death e um Chino Moreno a escorrer em suor nas suas inúmeras visitas às grades.
Momentos como “My Own Summer (Shove It)” ou “Back to School (Mini Maggit)” provaram-nos que os putos dos 90’s não estão adormecidos e ainda têm a pujança para partir tudo quando se trata de uma banda de culto como os Deftones. O concerto ficou marcado pelo momento em que Moreno desce às grades para entoar “Knife Party” e um fã devoto abraça-se à sua cintura, provavelmente comovido por tocar num herói da sua juventude.
Com suor, lágrimas e quem sabe algum sangue de tanto mosh, a banda californiana mostrou uma entrega genuína em palco e capaz de provocar alguns estragos. Um verdadeiro furacão.
Fotos: Catarina Torres