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Dream Theater

Dream Theater

Roadrunner Records, 2013-09-23

EM LOOP
  • The Enemy Inside
  • The Enigma Machine
  • Illumination Theory
Nero

O importante álbum homónimo, o primeiro disco que os Dream Theater escreveram com Mike Mangini, que já gravara o anterior, e o décimo segundo álbum da histórica banda.

Ainda que alguns fanáticos possam “ir aos arames”, os Dream Theater têm perdido a capacidade de entusiasmar para lá da exibição das suas capacidades técnicas de execução. E nem o facto de uma das mudanças de baterista mais mediáticas de sempre valeu grandes mudanças. Após uma longa novela Mike Mangini sentou-se pela primeira vez a escrever com os Dream Theater neste álbum, depois de ter entrado para o lugar de Mike Portnoy para gravar “A Dramatic Turn Of Events”.

Mais que a troca de nomes na bateria (que, sinceramente, e dada a qualidade dos executantes em causa, pouco mudou musicalmente), a noção de que a alquimia estaria a perder-se conduziu a uma maior auto-reclusão na construção deste décimo segundo registo de estúdio. Dar ao álbum o nome da banda e ter John Petrucci a assumir exclusivamente a produção terá sido vontade de fazer reencontrar os Dream Theater com a sua essência.

Há, neste álbum, um maior esforço de busca melódica. A abertura e “The Enemy Inside” a roçar-se em coisas do power metal sinfónico, “The Looking Glass” ou “The Bigger Picture” com aquele cheirinho AOR que alguns dos melhores momentos da carreira da banda carregam, são prova daquela ideia.

O deslumbre pelos complexos desafios matemáticos (o instrumental “Enigma Machine”) está com um ar mais rocker. Mas em tudo isto, a banda consegue surpreender pouco. Diga-se, no entanto, que quando consegue, vale plenamente a pena.

Como sucede, por exemplo, em “Behind The Veil” – quando esperamos uma daquelas baladinhas, somos brutalizados por um riff bem Megadeth. Pena que tais momentos acabem por durar pouco. Admita-se que já não se pode considerar defeito, mas feitio… É também neste tema que temos um dos melhores solos de Petrucci desde, provavelmente, o álbum “Awake”. Boa dinâmica, construção envolvida com os instrumentos em torno, final para a bridge simplesmente espectacular.

Depois surge uma abertura épica em “Surrender To Reason”, mas é incompreensível como a banda opta por quebrar um tema que poderia ser o melhor do disco com aqueles interlúdios acústicos tão tradicionais quanto enfadonhos. Já “Along For the Ride” é completamente desnecessária.

É no final, com a gigante “Illumination Theory”, que o disco passa a valer a pena. Grande malha! Se viesse acompanhada apenas da abertura do disco, “The Enemy Inside” e, admita-se, por “Behind The Veil” e o tema instrumental, teríamos um dos melhores álbuns dos Dream Theater. Assim, “Dream Theater” é apenas o décimo segundo álbum da banda.