Kindness, Funk It!
2014-11-28, Vodafone Mexefest, LisboaA vida é mais fixe quando estamos a dançar.
Segundo o Slang Dictionary, “Supa fly” (super fly) significa «um termo usado para descrever alguém que é realmente cool ou bem-parecido (ver também sexy)». O exemplo demonstrado é: “Damn, that guy’s supafly!”. Segundo o Slang Dictionary, “Supa fly” significa «deslumbrante, espantoso, ter ou expressar grandeza; uma pessoa que é espantosa».
Estas entradas poderiam muito bem estar a referir-se especificamente à música e ao som dos Kindness e ao seu “mentor”, Adam Bainbridge, ou apenas ao concerto da Estação do Rossio, no Vodafone Mexefest. O recente “Otherness”, com mais exploração electrónica, ainda não estará totalmente transfigurado para a versão banda dos Kindness. A setlist apenas conta com “World Restart”, “With You” e a hiper groovíca “This Is Not About Us”. Tal como havia feito há um par de anos num concerto no Lux (para uma sala pouco mais que vazia), Bainbridge voltou a reunir um grupo de músicos com destreza técnica pouco comum neste tipo de festivais e um groove também bem incomum nesse tipo de músicos.
A energia do idealismo revivalista de Adam Bainbridge é tão funk como os breakbeats de bateria ou as tempestades de slap no baixo.
Em contraponto, o mérito de Bainbridge é mais de anfitrião que de vocalista. A energia do seu idealismo revivalista é tão funk como os breakbeats de bateria ou as tempestades de slap no baixo. O descaramento pop e descomplexado de colocar tanta gente a curtir Whitney Houston, a honestidade brutal e inocente de “House” (é uma das melhores canções, tipo… ever?) ou o swing de “Doingsong” de “Gee Up”, servem para esvaziar um pouco o espaço, mas também para aumentar o fervor dos que ali permanecem.
Sintetizando, grandes canções, groove, músicos extraordinários, uma crença genuína na performance e a sensação de que, mesmo com todos os excessos, tudo soube a pouco. Quando esses pressupostos estão reunidos, o resultado só pode ser um, um concerto “Supa fly”.