Por vezes, a única coisa que interessa é ter atitude! Ter a capacidade de interpretar factos, desenvolver opiniões e reagir sobre convicções. E porque a afirmação está em grande parte ligada à atitude, o disco de estreia das irmãs Pega Monstro (Júlia e Maria Reis), o homónimo “Pega Monstro”, é um autêntico murro no estômago no tédio e “se isto não é música então faz tu uma canção”.
Rock juvenil/adulto, de garagem e lo-fi descomplexado, comportamento despreocupado e pujante, manifestação de irreverência adolescente. “Pega o Monstro” de duas miúdas que fazem música porque gostam e o resto pouco importa. É uma guitarra que não faz da perfeição técnica conduta obrigatória, uma bateria que mais parece “um par de panelas” e uma falta de complexidade lírica típica da linguagem dos putos.
É o quotidiano da vida adolescente despida de preconceitos com a ajuda do “4 pistas” do Tio B, onde há “Carochos”, “Dom Docas”, “Homens das Obras” e “gajas que gostam de levar na boca”. É música nova na calha, descomprometida e independente porque a geração destes putos não se define pelos “parvos que são“, define-se por estarem mesmo “à rasca”. É barulho que sai à rua, qualidade que se pode duvidar o que só acrescenta moral à atitude e o contentamento de saber que os putos do nosso tempo ainda fazem bandas.
Pega Monstro é atitude, o resto é barulho!