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Rock In Rio Lisboa 2022: O Intenso (Mas Curto) Concerto Dos Bush

Rock In Rio Lisboa 2022: O Intenso (Mas Curto) Concerto Dos Bush

2022-06-25, Rock In Rio Lisboa
Miguel Grazina Barros
Inês Barrau
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Os Bush subiram ao palco Mundo do Rock In Rio Lisboa numa noite maioritariamente dedicada ao rock dos anos 80. Com eles, trouxerem um alinhamento inesperado que dividiu a opinião do público.

No primeiro dia do segundo fim-de-semana do Rock In Rio, a banda londrina formada em 1992 teve a difícil tarefa de subir ao palco Mundo numa noite que antecipava os A-ha e os Duran Duran. No entanto já sabemos que os concertos dos Bush oferecem sempre energia e rock para dar e vender, e desta vez não foi excepção.

Os autores de “Glycerine” podem gabar-se de terem criado uma das músicas de rock mais conhecidas de sempre – sem bateria, baixo, sintetizadores ou artifícios. No entanto, sempre foram uma banda de “outsiders” por não se integrarem completamente na cena grunge que reinava nos anos 90 nos Estados Unidos, nem na onda britpop que caracterizou bandas como os Oasis. “Post-grunge” é o termo usado para caracterizar a sua sonoridade, tem influências assumidas dos Nirvana.

Três anos depois de um concerto no festival do Porto North Music Festival, os Bush voltaram a Portugal com um alinhamento inesperado, especialmente para um concerto em ambiente de festival – cuja tendência é tocar os hits na esperança de “agradar” a um público que pode, na sua maioria, não ser conhecedor da discografia completa da banda. Temas como “Swallowed”, do álbum de 1996, “Razorblade Suitcase” e “The Chemicals Between Us”, do álbum de 1999 “The Science of Things” foram provavelmente a maior falha por não integrarem a setlist, além de outros temas como “Greedy Fly”, “Letting the Cables Sleep”, “Little Things”, “Cold Contagious”, “Mouth” e ainda “The People That We Love”.

Perante um público que ansiava maioritariamente os A-ha e os Duran Duran, os Bush foram a primeira banda do dia a subir ao palco Mundo. “The Kingdom” foi o tema de arranque, retirado do disco de 2020 com o mesmo nome, seguido de um tema de 1994 “Machinehead”. Com a terceira música do alinhamento “Quicksand”, Gavin Rossdale aventura-se no público, mostrando um entusiasmo e empenho paradoxal com um concerto que durou pouco menos de uma hora.

 Citar apenas Gavin é redutor, sendo sempre um gosto ver e ouvir o trio Chris Traynor, Corey Britz e Nik Hughes.

“Bullet Holes”, canção que integra a banda sonora do filme de 2019 “John Wick: Chapter 3 – Parabellum” teve direito a acompanhamento nos ecrãs do videoclipe com cenas do filme. Gavin Rossdale aventura-se numa maratona e de uma maneira inédita pelo recinto do festival, contornando as grades que separam o público lateral do palco, correndo e cantando ao mesmo tempo – sem a necessidade de muitos seguranças a acompanhá-lo! (por momentos pensámos que iria subir ao slide como fez o vocalista de Charles Richard Wilson dos Kaiser Chiefs em 2014.)

Já sozinho em palco, Rossdale entregou finalmente “Glycerine”, um dos maiores sucessos dos Bush, seguido de “Comedown”. Por esta altura o público estava pronto para os hits como “Swallowed” e “The Chemicals Between Us”, no entanto foi à décima canção do alinhamento que o concerto acabou, um concerto que agradou aos fãs mais ferrenhos, mas deixou provavelmente a desejar à maioria da plateia, quiça pouco conhecedora da discografia da banda. Sendo este o último concerto da tour, a voz de Rossdale apresentou algum desgaste. Citar apenas Gavin é redutor, sendo sempre um gosto ver e ouvir o trio Chris Traynor, Corey Britz e Nik Hughes.

SETLIST

  • The Kingdom
    Machinehead
    Quicksand
    Bullet Holes
    Blood River
    Ghosts in the Machine
    Everything Zen
    Flowers on a Grave
    Glycerine
    Comedown