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Savanna

Aurora

Pontiaq, 2012-04-19

Nero

A estreia dos Savanna começa a impressionar a partir da introdução, tema que dá título ao trabalho, com reminiscências de qualquer coisa de Frank Zappa, sensação que nos vai surgindo ao longo do disco [em temas como “Rest” ou “Curtains of”, por exemplo]. Naturalmente que um disco em Portugal que nos faça pensar numa referência dessas tem a partir daí a sua apreciação insuflada, ainda mais se pensarmos na fuga à erosão que esta coisa do post rock vai sofrendo que tal ideia permite.

Contudo, isso não significa que este é um registo pontuado por execuções melódicas e rítmicas complexas. Pelo contrário “Aurora”, desde “Run”, vai conseguindo manifestar-se através de linhas simples, de criatividade e bom gosto no processamento das guitarras e em teclados bem pop, mesmo que essencialmente assente num neo-psicadelismo.

Louvando a qualidade geral da produção sonora, o equilíbrio de mistura, fica apenas a sensação de que com outras condições o som poderia ser muito maior, se pensarmos no tamanho que as linhas de baixo conseguem ter, o resto dos instrumentos não está sempre a esse nível, principalmente o som de pratos – mas as bandas portuguesas há bastante tempo que se habituaram com pouco a fazer muito.

Ainda que a voz não seja um elemento acima do instrumental, como sucede no “álbum-canção” é, curiosamente, nos temas com linhas vocais, como o referido “Run” [e há que ouvir a extraordinária Voxels Remix a este tema] e “Rest” que conseguem ter mais força dinâmica.

No final “Death” encerra de forma épica, em resumo da fusão de mundos [rock vs. electrónica] presentes no disco, o amanhecer prometedor dos Savanna.