Okay! Já se percebeu que os The Men estão empenhados em contrariar definitivamente a teoria de que o rock hoje em dia está morto, enterrado, e faz parte do passado. Pegando nesta teoria, há uns meses atrás, em review a “Open Your Heart” (na edição#28 da Arte Sonora), era esta a nossa afirmação: “E volta e meia, se o que temos hoje são apenas efémeros reflexos do rock, então esses reflexos que tenham mais nomes como os The Men e o seu brilho nunca morrerá!”.
Pois bem, se uma das práticas mais recorrentes no nosso dia-a-dia é deixar escapar afirmações, das quais nos arrependemos posteriormente (e nesta coisa de emitir opiniões sobre discos é frequente), e passados meses desta afincada conclusão, “New Moon” permite agora afirmar: Os The Men não são apenas efémeros reflexos do rock cujo brilho nunca morrerá, os The Men são o rock, vivo, actual e recomendável!
Mais uma vez, sem qualquer arrependimento, diz-se isto porque “New Moon” puxa novamente pelas raízes da música das guitarras, se mais distorcidas, menos distorcidas, mais conflituosas, mais amigáveis, não importa. São os Dinossaur Jr e Neil Young no mesmo tempo. É a continuidade da história e a versatilidade dos The Men, que não deixam de ter estilhaços ruidosos desvairados do subsolo como “Without A Face”, “I Saw Her Face”, “The Brass” e “Supermoon”, da mesma forma como têm harmonia de verdes campos, tons de veludo e melodia como “Open The Door”, “Half Angel Half Light”, “High and Lonesome” e “Bird Song”. E, nem Nick Chiericozzi ou Mark Perro cantam um “charuto”, nem precisam. As guitarras sobressaem com o acompanhamento das “pancadas” inflamadas da bateria de Rich Samis e o aspecto “nerd” do baixo de Ben Greenberg. É o que chega.
Mesmo que tudo isto seja exagerado e incoerente e mesmo que “New Moon”, em comparação com “Open Your Heart”, primeiro se estranhe e só depois se entranhe e os The Men, daqui por mais uns meses, deixem de ser um testemunho do rock contemporâneo. Até lá e sem arrependimento: Os The Men não são apenas efémeros reflexos do rock cujo brilho nunca morrerá, os The Men são o rock, vivo, actual e recomendável!