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Vampire Weekend, Viagem de 28 Músicas à Volta da Discografia

Vampire Weekend, Viagem de 28 Músicas à Volta da Discografia

2019-11-26, Coliseu dos Recreios
António Maurício
Tiago Cortez (Everything is New)
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Nove anos depois, os Vampire Weekend voltaram a dar um concerto a solo em Portugal. Um coliseu de Lisboa bem cheio recebeu uma apresentação baseada no novo álbum “Father of the Bride”, com uma setlist incrível e um final interactivo com os pedidos da plateia.

Os Vampire Weekend já conhecem Portugal. A primeira presença a solo aconteceu em 2010, no Campo Pequeno e no Coliseu do Porto. Antes desse encontro, também já tinham passado pelo Optimus Alive! (NOS Alive), Super Bock Super Rock e pelo Clubbing na Casa da Música. Costumam estar por cá.

Aliás, ainda este ano foram cabeças de cartaz no NOS Alive (review aqui), depois de terem editado o seu mais recente álbum, “Father of The Bride”. Com um intervalo entre concertos tão próximo (4 meses desde o Alive), seriam capazes de motivar a plateia do Coliseu de Lisboa numa noite de Novembro?

A avaliar pelos aplausos durante a entrada em palco dos sete músicos que compõem os Vampire Weekend, diríamos que sim. O protagonismo cai, naturalmente, sobre Ezra Koenig, o vocalista/guitarrista. Entrando com uma versão alargada de “Flower Moon”, um bom par de minutos mais extensa, a banda apresentou-se com uma jam que deslizou directamente para “Holiday”. A estratégia parecia ser a mesma do concerto no Alive 2019, começar com as faixas mais calmas e deixar as mais energéticas para o fim.

Ainda na primeira metade de concerto, ouvimos “Bambina” e “Unbelievers”, uma após a outra, que contam com pausas instrumentais repentinas para um foco total na voz de Ezra. Uma fórmula frequentemente utilizada na sonoridade da banda e que é bem divertida ao vivo, porque antecipamos o regresso dos instrumentais, mas não nos aborrecemos durante a “pausa”.

«Agora vamos tocar uma música do primeiro álbum», e tocaram “One (Blake’s Got a New Face)”, do disco homónimo editado em 2008, com uma sonoridade um pouco alterada, mais animada e preenchida em relação à versão original. O refrão, que pede pela participação do público, foi devidamente acompanhado. Em seguida, “Sympathy”, do trabalho de estúdio mais recente, utilizou percussão digital (no início) e guitarras acústicas, para um novo rumo que culminou num final potente. «A próxima música foi oferecida para o filme Twilight, mas não tem nada a ver com o filme», dizia Ezra antes de “Jonathan Low”, onde a teclista Greta Morgan, que assume pontualmente a função de teclista, passou para a guitarra acústica, enquanto os dois percussionistas se focavam em atacar em simultâneo as suas baterias.

O momento mais caloroso da noite aconteceu em “Step”, com o refrão bonito e simples, que proporcionou um bom momento para os que gostam da face mais relaxante do indie rock.

O momento mais caloroso da noite aconteceu em “Step”, com o refrão bonito e simples, que proporcionou um bom momento para os que gostam da face mais relaxante do indie rock. Mas em seguida, “Sunflower”, exaltou as artimanhas de guitarras, mostrando agilidade nos dedos com curtos disparos de notas rápidas no final, o guitarrista Brian Robert Jones (que tinha a maior colecção de pedais) chegou-se à frente para o momento de solo de guitarra, acompanhado por luzes frenéticas para um efeito sonoro e visual forte.

Ouvimos um dos melhores singles do novo álbum, “This Life”, a composição com toques country de “Married in a Gold Rush”, com um dueto entre Ezra e Greta, e “Harmony Hall” em sucessão. Mas a melhor sequência chegaria em seguida. “Diane Young”, “Cousins” e “A-Punk” foram novamente largadas uma após a outra (tal como aconteceu no Alive) para o resultado esperado; as músicas são tão boas ao vivo que, ao dispará-as em sucessão, causam uma euforia colectiva que nos faz imediatamente sentir bem por estar ali.

Depois acalmaram os ânimos com “2021”, “Giving Up the Gun” e “Jerusalem, New York, Berlin”, antes de saírem de palco para um encore que todos sabíamos que ia acontecer. Isto porque é no encore que a banda aceita pedidos! Ezra selecciona três fãs da linha da frente para escolherem qualquer música da discografia da banda. A primeira escolha foi “Boston”, a segunda “My Mistake”  pedida por um fã de Nápoles que subiu ao palco e tocou piano com a banda e a terceira escolha foi “The Kids Don’t Stand a Chance”. Se este número possui planeamento antecipado é muito divertido, se é verdadeiramente espontâneo é algo extraordinário, pela capacidade de assumir temas que possam não estar ensaiados.

No final, Ezra prometeu que a próxima visita a solo em Portugal não seria após um intervalo de nove anos e fechou mais de duas horas de concerto com “Worship You”, “Ya Hey” e “Walcott”. Foram 28 músicas no total, onde ouvimos todos os diferentes estilos de Vampire Weekend. Tudo está bem quando acaba bem.

SETLIST

  • Flower Moon
    Holiday
    Bambina
    Unbelievers
    Everlasting Arms
    One (Blake’s Got a New Face)
    Sympathy
    Oxford Comma
    Jonathan Low
    Unbearably White
    Step
    Sunflower
    This Life
    Married in a Gold Rush
    Harmony Hall
    Diane Young
    Cousins
    A-Punk
    2021
    Giving Up the Gun
    Jerusalem, New York, Berlin
  • Mansard Roof
    Boston (Ladies of Cambridge)
    My Mistake
    The Kids Don’t Stand a Chance
    Worship You
    Ya Hey
    Walcott