A Fulltone Também Se Envolveu nas Polémicas Racistas Que Varrem os States e o Mundo
A Fulltone, através do seu CEO, teceu comentários polémicos nas suas redes sociais relativamente ao caos levantado nos Estados Unidos após a morte de George Floyd. A cadeia Guitar Center e a Reverb recusam-se a negociar produtos da marca.
A morte de George Floyd em Minneapolis colocou os Estados Unidos da América sob fogo. Por esta altura, já todos viram alguns dos vídeos que mostram como Floyd foi displicentemente sufocado, numa demonstração de abuso de força policial. Aliás, o agora ex-agente responsável por esmagar as vias respiratórias de Floyd, Derek Chauvin, foi acusado de homicídio. O caso despoletou protestos por todo o território estadunidense e pelo mundo fora, muitos deles tendo-se transformado em motins violentos.
Entre os que pretendem protestar pacificamente têm surgido várias acções de enorme elevação e solidariedade social em todos os quadrantes. Mas também têm havido imensa violência e posturas menos elegantes. Ainda no início desta semana, publicações controversas nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, terão feito rolar a cabeça de John Cruz, Master Builder da FCS há muitos anos.
Também a Fulltone, reputada marca de pedais, se viu envolta em polémica. Michael Fuller, fundador e CEO, da Fulltone usou a página oficial de Facebook da marca para criticar os que têm usado os protestos para pilhagens: «Estamos na quarta noite de pilhagens com 100% de impunidade. O maricas do Mayor e do Governador estão-se borrifando para as pequenas empresas, isso nunca foi tão claro».
Pouco depois, a publicação foi seguida por um comentário de Fuller: «Já me sinto melhor, tendo feito surgir alguns meninos arrogantes que foram educados a urinar sentados. Agora vou apagar». Os posts foram, de facto, eliminados (e as páginas da marca estiveram em baixo), mas claro que os screenshots passaram a ter vida própria na internet.
A comunidade musical insurgiu-se contra os abrasivos comentários e a Fulltone emitiu um comunicado a pedir desculpa pelo sucedido. Também o comunicado foi eliminado. Michael Fuller tem neste momento um post a referir-se ao que se passou e uma imagem relativa ao #BLM, mas tem mantido a sua posição em mensagens privadas, como a que está retratada em baixo.
Entretanto, a Reverb e a cadeia Guitar Center assumiram publicamente um embargo aos produtos da Fulltone. A célebre cadeia de lojas de instrumentos musicais, que já viu um espaço seu vandalizado e pilhado, publicou no Twitter que irá remover todo o stock da marca das suas lojas físicas e digitais.
We are no longer doing business with Fulltone and are moving quickly to remove all Fulltone products from our stores and websites.
— Guitar Center (@guitarcenter) June 5, 2020
A Reverb, loja digital para produtos novos e em segunda-mão, também tomou esta decisão e, a partir do dia 01 de Julho, deixará de ter listado qualquer produto da Fulltone. Nem os venderá directamente, nem permitirá que os utilizadores possam vender aí os seus produtos se ostentarem o logotipo Fulltone. A Reverb fez este anúncio num comunicado que podem ler AQUI.
Em resposta à iniciativa da Guitar Center, a Fulltone afirma que por sua decisão havia interrompido a parceria comercial em Março passado, não oferecendo justificações para essa decisão. Esten post foi publicado noutra das páginas da marca.