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O Regresso de Faith No More em 2020

O Regresso de Faith No More em 2020

Nero

Faith No More confirmam datas de headlining em festivais europeus no próximo Verão. Vale a pena esperar por mais datas e quiçá um disco.

Quatro anos após a edição do aclamado álbum “Sol Invictus”. Haverá algum álbum da banda que não seja aclamado? Os Faith No More estão de regresso. A banda começou por actualizar as suas redes sociais com uma imagem que mostrava o seu logotipo da estrela de octagonal sobre um fundo que revelava o cume nevado de uma montanha. Depois a banda actualizou o seu website com um contador decrescente. E então anunciaram uma nova digressão.

A banda vai passar em três festivais de verão europeus, nomeadamente no Sunstroke Festival (13 de Junho, na Irlanda), no Hellfest (a 20 de Junho, França), o Mad Cool (11 de Julho, Espanha) e no Tons Of Rock (26 de Junho, Noruega). Podemos estar optimistas que sejam confirmadas outras datas e até, quiçá, um novo disco. isto se recordarmos a cronologia na última vez que se haviam reunido.

Há dez anos atrás, os Faith No More reuniram-se para uma digressão. Passavam 12 anos desde que a influente banda alt-metal editara “Album Of The Year”. “Sol Invictus” (com review aqui), o mais recente álbum de estúdio, chegaria em 2015.

Entre ambos os discos, Nuno Cruz (fundador da Roadies DC) passou dez dias com os Faith No More, actuando como Production Manager em quatro datas no continente sul-americano em 2011. No seguimento dessa aventura, Nuno Cruz (o nosso Cruzeta), escreveu-nos um relato sobre dias extraordinários e música ainda melhor. O artigo foi publicado, originalmente, na edição impressa AS#23. Artigo que replicamos integralmente no nosso website.

Depois de “Sol Invictus”, o catálogo da banda tem sido alvo de reedições. E essa tem sido a única actividade os FNM nos últimos tempos. No entanto, em 2017 Mike Patton afirmava que a banda não se tinha separado, apenas esta num longo intervalo e não fechava qualquer porta no futuro. Ao contrário da banda, Patton tem estado über ocupado. Só no último ano, o vocalista anunciou o regresso dos Mr. Bungle e editou “Corpse Flower”, trabalho conjunto com Jean-Claude Vannier. Já em 2018, havia editado novamente com Dead Cross, depois do primeiro álbum ter chegado em 2017, ano em que também havia reunido os Fantômas.

Nesse mesmo ano, a banda viu falecer Chuck Mosley, o frontman que antecedeu Patton. Os FNM deixaram um comunicado, na sua página oficial no Facebook, dedicado à morte do seu antigo vocalista: «É com um peso enorme no coração que comunicamos a morte do nosso amigo e colega de banda, Chuck Mosley. Era uma fonte de energia destemida e felina de grande convicção e ajudou a colocar-nos numa vereda de singularidade e originalidade que não se teria desenvolvido da mesma forma se ele não a tivesse trilhado. Sentimo-nos afortunados por ter podido actuar com ele o ano passado, em jeito de reunião após a reedição do nosso primeiro álbum. O seu entusiasmo, o seu sentido de humor e a sua postura deixará saudades a muitos. Éramos uma família, estranha e disfuncional e estaremos sempre gratos pelo tempo que passámos com o Chuck».

Já o ano passado, o teclista Roddy Bottum afirmou que estava a escrever música com Mike Bordin e Billy Gould, seus companheiros nos FNM. Em entrevista, confessava ir periodicamente a São Francisco ter com os seus colegas: «O que fazemos é muito especial, uma coisa singular que partilhamos – especialmente eu, o Mike e o Billy… Desde muito novos que começámos a fazer música, então basta-nos estar numa sala e temos uma linguagem própria que se eleva alto e distintamente. É questionável onde nos leva, mas é inegável que existe num sentido familiar. E creio que todos reconhecemos que isso é algo a que não queremos voltar costas, até por ser tão gratificante. Portanto, de modo a progredir e fazer nova música, continuamos a juntar-nos e a fazer novos sons e encetar um diálogo sobre planos e canções para o futuro».

Vale a pena ter esperança…


arda