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Dia Mundial do Design Gráfico: Mackintóxico a.k.a. Tó Trips, o Rei das Capas e Posters de Concertos e Filmes

Dia Mundial do Design Gráfico: Mackintóxico a.k.a. Tó Trips, o Rei das Capas e Posters de Concertos e Filmes

Nuno Sarafa

Assinalamos o Dia Mundial do Design Gráfico com uma viagem ao portefólio de um dos mais profícuos criadores da cena tuga. Tó Trips, que enquanto designer e ilustrador assina como Mackintóxico, é, a par de Rui Garrido, um dos artistas que mais capas de discos criou em Portugal.

António Manuel Antunes nasceu em Lisboa, na freguesia do Castelo, há 56 anos. Passou a infância e a juventude ali para os lados de Benfica, entre a Praça de Espanha e Sete Rios.

Numa época de muitas tribos musicais, dos punks aos vanguardistas, rockabilly’s, rockers ou metaleiros, muitos desaguavam no Rock Rendez Vous ou no Johnny Guitar, locais de culto que influenciariam gerações de músicos e artistas. Ele também o fez. E fez também o curso de artes da Escola António Arroio, que concluiu em 1988.

Fascinado pela imagem do rock, da música e das fanzines, também ele quis ser músico e ter bandas. Começou a tocar guitarra nessa mesma década com a banda punk Amen Sacristi, fazendo ainda parte de Santa Maria Gasolina em Teu Ventre!.

Nos anos 90, andou por aí com os Lulu Blind, e nos anos 2000 criou, juntamente com o amigo e saudoso Pedro Gonçalves, os incontornáveis Dead Combo. Pelo meio fez parte de projectos como Ladrões do Tempo, incursões a solo com o alterego Guitarra Makaka, ou como compositor de bandas sonoras e música para teatro e peças de dança. Recentemente, lançou-se com um novo projecto, Club Makumba. Ao todo, conta já 37 anos de palco. Mais coisa, menos coisa.

Além da arte musical, é igualmente homem das artes gráficas. Duas paixões que vivem lado-a-lado. Trabalhou durante uma década em publicidade como designer. Depois transformou-se em freelancer, assinado como Mackintóxico.

Cartazes da programação de concertos na ZDB, outdoors, gravuras, serigrafias, artefactos de comunicação, posters para festivais de música, cinema, teatro, para a Fundação Calouste Gulbenkian, para o Centro Cultural de Belém ou capas de discos são alguns exemplos dos materiais gráficos provenientes do seu portefólio.

Participou ainda em algumas mostras e em catálogos de ilustração portuguesa organizados pela Bedeteca de Lisboa e assinou o grafismo para inúmeros filmes do realizador Edgar Pêra.

Talvez seja, a par de Rui Garrido, um dos ilustradores com mais capas de discos em Portugal. Começou a fazê-las para as suas próprias bandas nos anos 1980 e, de lá para cá, assinou capas de discos de Dead Combo, Da Weasel, Tara Perdida, Bizarra Locomotiva, Rui Veloso ou Mariza e, na área do jazz, de André Fernandes ou Nuno Costa. Clica, aqui, para veres as várias capas feitas por Mackintóxico.

Actualmente, tem em mãos um trabalho para os Xutos & Pontapés – «uma coisa em grande» -, com quem também colabora graficamente há muitos anos.

Amante de viagens e do universo rock and roll, o nosso entrevistado é, claro, Tó Trips, com quem celebrarmos o Dia Mundial do Design Gráfico, que se comemora a 27 de Abril desde 1995, dia do aniversário da International Council of Graphic Design Associations, com o objectivo de reconhecer o papel do design de comunicação no mundo.

Podes ouvir a entrevista no podcast da AS e conferir, em cima, a galeria de imagem para conheceres mais a fundo o trabalho de Tó Trips a.k.a. Mackintóxico.