More Than a Thousand comemoram 10 anos
Os More Than a Thousand comemoram 10 anos em cima do palco, com dois concertos: um em Lisboa, que aconteceu a 24 de Setembro, e outro no Porto, que podes ver a 1 de Outubro no Hard Club. O início do espectáculo está marcado para as 22.30h e os bilhetes estão à venda nos locais habituais por 10 euros (no próprio dia ascendem a 13 euros em Lisboa e 12 euros no Porto).
Fizemos algumas perguntas ao Vasco Ramos, o vocalista. Não nos centrámos nas actuações. Preferimos manter a surpresa a quem planear juntar-se à festa. Para os mais indecisos em marcar presença, aqui fica um pouco mais sobre a banda para aguçar o apetite.
De onde surgiu o nome More Than a Thousand e qual é o seu significado?
Eu, o Filipe e o Sérgio já tocávamos juntos noutra banda, com a qual deixámos de nos identificar na altura e quisemos mudar de estilo musical e de nome também. Escrevemos muitos nomes num papel e todos gostámos de More Than a Thousand. Acho que na altura o significado que teve foi de uma boa mudança, hoje em dia não nos vejo com outro nome, faz parte de nós.
Quais são as bandas que influenciam o vosso som?
Como sabes é sempre difícil falar de bandas que nos influenciem pois somos 5 pessoas com gostos diferentes. Assim de repente, quando começámos os More Than a Thousand talvez fossem os Sigur Rós a nossa maior influência – tentávamos misturar muito a sonoridade deles com a nossa vertente mais pesada, o que resultou no “Trailers Are Always More Exciting Than Movies”.
Uma banda que todos sempre gostámos são os grandes Deftones. Aliás, Deftones é a razão porque estou na música hoje!
Como funcionam em termos de processo de composição e escrita de material?
No início tudo começava com jams na garagem e a ideia ia surgindo. Depois passámos à fase em que cada um de nós trazia uma ideia de casa (sobretudo construída com guitarra) e o resto surgia na garagem. Hoje em dia fazemos as músicas no estúdio, durante a gravação dos discos.
O vosso último trabalho “Volume 4: Make Friends and Enemies” foi produzido por Paul Leavitt, isso teve alguma importância na sonoridade actual do grupo?
Sim, foi uma experiência muito sexual com o Paul – estivemos nus muito tempo enquanto ele pensava e voltava a pensar.
Isso fazia com que ele se concentrasse muito mais nas músicas, pois não queria tirar os olhos do ecrã…
Com que músico ou produtor gostariam de colaborar futuramente?
Em termos de featuring, temos muitos sonhos mas pode ser que algum dia se concretizem. Nos produtores, o Paul para nós é sempre uma boa opção, mas não sendo ele gostávamos de trabalhar com o Fredrik Nordstrom, John Feldman, Howard Benson e Adam D – uma “besta” qualquer destas.
Sei que andam a tocar ao vivo uma nova malha, “Feed The Caskets”, para quando se pode esperar um novo registo de estúdio, quem sabe um Volume 5?
Sim, queremos escrever um novo álbum em 2012, mas ainda não sabemos onde nem quando o vamos fazer. Aguardamos a oportunidade, mas em 2012 vai haver álbum novo de certeza.
Há uns tempos atrás disseram numa entrevista que gostariam de editar um DVD ao vivo, essa ideia ainda se encontra nos vossos planos?
Adorávamos ter um DVD nosso, pois já temos muita footage nossa que gostaríamos de editar e mostrar aos nossos fãs. Mas infelizmente ainda não conseguimos dinheiro suficiente para investirmos tempo a sério a editar tudo e fazer uma coisa como deve ser. Mas a ideia continua presente, continua a ser sempre um dos nossos temas de conversa.
Oriundos de Setúbal, como vêem a vossa cidade em termos de efervescência a nível de bandas?
Setúbal (para mim) tem bandas muito boas. Temos os “mongos” e “atrasados” nossos amigos: Hills Have Eyes, Ella Palmer. Tínhamos os grandes “xuxões” mais conhecidos por “xuxa-tolas” One Hundred Steps, que já acabaram. Os The Doups, entre muitas outras. Este ano produzi um EP de uma banda nova de Setúbal que acho muito boa: os Blame The Skies. Mas sinceramente não olho só para Setúbal. Gosto de ver que Portugal já tem bandas brutais como Devil In Me, Before The Torn, Men Eater, My Cubic Emotion, Bless The Oggs, We Are The Damned e muitas mais!
Que memórias mais fortes guardam destes 10 anos que já passaram enquanto More Than a Thousand?
A memória mais forte que guardo foi há muitos anos no Norte do país, onde o nosso antigo baixista estava tão bêbedo que logo a seguir ao concerto começou a comer entremeadas cruas e repetiu e repetiu e repetiu. Nessa noite nasceu o Rei do vómito… Foi ÉPICO! Daquela boca santa começaram a sair novas raças, criaturas nunca vistas antes.
Isto aconteceu tudo dentro da carrinha a uns bons 120 km por hora: ele abriu a janela mas o belo do vómito não quis ficar ao abandono na rua, quis ser nosso amigo e ficar no quentinho e então decidiu entrar para a carinha e foi direitinho para cima de um amigo nosso (não, não vou dizer o nome, ahahahah).
Agora a sério: passámos por muitos bons e alguns maus momentos e todos eles nos ficam na memória. Acho que o que levo disto tudo é uma grande família e amizade. Uma vida da qual eu não me arrependo nem um segundo.
O que ainda gostariam de realizar nos próximos 10 anos?
Sinceramente (e acho que falo por todos) continuar a tocar, continuar a escrever música. Continuar a sentir que muita gente se identifica com a nossa música, com as nossas letras, e que, de alguma forma, fazemos companhia a essas pessoas em momentos maus e bons. Para mim é muito gratificante, muito mesmo.
Aproveita também para ver aqui o vídeo da última tour europeia da banda.