Trolls, Cerveja, Rock ‘n’ Roll e o HM-2
2017-03-10, Stairway Club, CascaisOs Entombed A.D. promoveram mais uma tremenda sessão de rock ‘n’ roll, de cadência e groove em Portugal.
A nostalgia será sempre um dos grandes trunfos da música. LG Petrov, líder da revolução Entombed AD, prova-o a cada uma das sucessivas visitas ao nosso país. Os Entombed AD continuam a propagar entusiasticamente o legado de uma das maiores bandas de sempre do death metal sueco.
Não há como alguém se cansar do icónico som de um Boss “Heavy Metal” HM-2 a sair através de um Marshall
Ir a um concerto de Entombed ou Entombed AD é ir com a certeza de uma série de premissas. Que pouco importa toda a confusão legal na cisão da banda e no nascimento da versão “AD”, até para os seus protagonistas que pouco rodam ao vivo os novos trabalhos, favorecendo a carrada de clássicos que os suecos criaram durante a sua carreira; que a cada visita ao nosso país reafirmam porque são um dos colossos do death metal europeu e também uma das bandas mais criativas do género, com um som carregado de crossovers entre um rock muito podre e uma atitude muito punk, um cruzamento de Obituary com Roky Erickson e Mötorhead, por exemplo; que não há como um fã de sonoridades pesadas de guitarra se cansar do icónico som de um Boss “Heavy Metal” HM-2 a sair através de um Marshall e que malhões como “Stranger Aeons”, “Living Dead”, “Revel In Flesh”, “Too Ride, Shoot Straight and Speak the Truth”, “Wolverine Blues” ou “Left Hand Path” poderiam ser tocadas por novatos, num ensaio de garagem, e continuar a soar como monólitos de groove e decadência.
Em justiça, deve dizer-se que um os poucos temas originais tocados pelos Entombed AD, “Second To None”, faz justiça ao seu título e que “Midas In Reverse” ou “Dead Dawn”, tema título do mais recente álbum, não desiludiram na setlist. Se a idade de Olle Dahlstedt, na bateria, obrigou a curtas pausas para repouso, Nico Elgstrand e o brasileiro Guilherme Miranda estiveram “intratáveis” na brutalidade das guitarras. LG Petrov, como de costume, foi como um troll danado a promover o tremendo ambiente do concerto. No “calor” tradicional do Stairway Club, viveu-se uma noite de metal “à antiga”, com mosh pit, crowd surfing e cerveja a voar.
A noite abriu com a actuação dos nacionais Okkultist que, apesar de terem reunido algumas pessoas atentas ao seu trabalho e alguns momentos que instintivamente fazem balançar a cabeça, necessitam de bastante mais garagem, para “colar” a banda e depurar a sua linguagem sonora e as próprias composições, ainda com excessividade de riffs e correntes sonoras.
SETLIST
- Midas In Reverse
Stranger Aeons
Second to None
Eyemaster
Dead Dawn
Living Dead
Out of Hand
Revel in Flesh
To Ride, Shoot Straight and Speak the Truth
Wolverine Blues
Chief Rebel Angel
Left Hand Path
Supposed to Rot
Serpent Speech