Grog @ VOA 2017
2017-08-06, Quinta da Marialva, CorroiosFica-se sempre com a sensação de ter recebido a dose mínima de violência que se exige a um festival de metal.
Não há grande volta a dar, os Grog estão para o brutal death/grind nacional como Cristiano Ronaldo para o futebol. Nenhuma linha escrita sobre a banda irá acrescentar alguma ideia nova sobre o seu som ou sobre as suas actuações ao vivo. E não é sequer necessário ser apreciador da banda ou do género musical para identificar facilmente a competência e a fidelidade que a banda mantém à sua filosofia há já 25 anos.
Com muita confusão no som que passava para fora (a não ser que nos posicionássemos na primeira fila junto ao palco), também não foi novidade a actuação do explosivo Rolando Barros na bateria ser responsável por catapultar a ferocidade do concerto. O lado negativo foi que a habitual punição a que os seus temas nos sujeitam tenha perdido a dimensão de classe extra que os riffs à velha guarda do death metal (o mesmo que dizer carregados de vigor técnico) lhes dá. Os temas dos Grog nunca são verdadeiramente memoráveis (muito poucos temas de grind o são) mas, no final de cada concerto, fica-se sempre com a sensação de ter recebido a dose mínima de violência que se exige num festival de metal.
O humor do frontman Pedro Pedra e a sua entrega foram elementos extra na criação do ambiente nostálico que se viveu. Afinal, considerando a estrutura em que a banda actuou, parecia estarmos de volta aos concertos de metal, improvisados por Associações de Estudantes em palcos de ranchos folclóricos, do início dos anos 90. Com a diferença de se estar a ver uma boa banda.