Mutilation Rites, Porqueira e Blast Beat
2015-02-07, RCA Club, LisboaNuma era de mariquices experimentais no black metal, os Mutilation Rites castigaram-nos com uma descarga de violência.
Capazes de uma dinâmica instrumental sublime, por cima de repetições dos moldes rítmicos dentro do cânone do black metal, os Mutilation Rites deram um concerto com uma intensidade digna de respeito. Sem mariquices e pretensões pseudo-intelectuais como, por exemplo, os seus vizinhos Liturgy, a atmosfera niilista e de misantropia que emergiu do concerto, com algo de Darkthrone, confirmou a banda como uma das, se não a, grandes propostas do black metal norte-americano.
A banda, através da dimensão de “Harbinger”, o seu segundo álbum, mostrou um som um pouco mais amplo esteticamente que aquele de “Empyrean”, o álbum de estreia, mais dedicado a verdadeiros crentes do black metal. Estas oscilações aconteceram, sobretudo, nos apontamentos vocais com os apontamentos guturais, bem grind. Também as linhas de guitarra, cruzam estridência e uma certa porqueira sludge no corpo de graves, além de um baixo com uma presença colossal. Ritmicamente o set, de cerca de 30 minutos, foi old school – uma parede infernal de blast beat, sem brechas.
Uma descarga capaz de agradar a gregos e troianos.