SBSR’19: Rubel, Profjam e Masego
2019-07-20, Super Bock Super Rock 2019A tranquilidade de Rubel, o novo profissionalismo de Profjam e a atitude galã de Masego carregaram o festival antes do final definitivo.
RUBEL
Ainda com as forças a serem restauradas, depois de dois dias de festival, sentámos-nos à sombra com os restantes festivaleiros para ouvir a tranquilidade brasileira de RUBEL. Marcando presença nas bandas-sonora de telenovelas brasileiras como “Onde Nascem os Fortes”, “Malhação: Vidas Brasileiras” e “Shippados”, o artista de 28 anos mostrou ao vivo que, não só sabe como compor ritmos calmos e sossegados, com refrões íntimos, como também sabe apresentá-los.
“Quando Bate Aquela Saudade”, com uma projecção de voz baixa (que se revelaria a arma principal de Rubel durante toda a performance) proporcionou o melhor do músico. Os acordes leves de guitarra acústica afirmavam-se durante os momentos de foco vocal, enquanto os restantes instrumentos subiam até ao ponto de controlo nos finais instrumentais. Do novo álbum “Casas”, editado em 2018, a deambulante “Partilhar”, deu espaço de manobra ao saxofone e piano, mantendo claro, o sentimento de sossego.
PROFJAM
Depois de ser confirmado no palco principal em inícios de 2019, após a performance na edição anterior, no palco secundário, Profjam chegou ao Meco com o primeiro álbum de estúdio “#FFFFFF”.
Com Mike El Nite na mesa de DJ e Gui na bateria, o trio interpretou principalmente faixas do novo trabalho, editado pela sua própria editora – Think Music Records. O público maioritariamente jovem manteve-se efusivo do início ao fim, enquanto o professor Mário Cotrim disparava sucessos como “Água de Côco” ou “Tou Bem”, que contou com a presença do seu co-autor Lhast. Mas não foi o único “colega” a dar uma mãozinha, também Yuzi ou Fínix MG entraram de rompante para completar “Gwapo” e “À Vontade”. Esta última proporcionou o momento mais emocionante do set, com a presença da mãe de Profjam em palco enquanto o artista declamava o refrão em dedicação «Só quero pôr a minha cota à vontade / Tava Tarde / Já tá quase».
A bateria ao vivo ofereceu novas estruturas a todos os sons, eliminando parte da sonoridade digital e trazendo energia crua e acústica. A voz bem mais controlada, em comparação com as performances em 2018, ultrapassou o teste mais difícil em “Hino” – a faixa que exigia a propagação rápida mais rápida de rimas de toda a performance. A elevação de secundário para principal, correspondeu à própria evolução de Profjam.
MASEGO
No final de 2018, Masego apresentou-se em grande forma no Super Bock em Stock. Em 2019, noutro tipo de Super Bock, o Super Rock, elevou ainda mais a fasquia. No que pareceu a maior conglomeração de pessoas no palco EDP de todos os dias, Masego e sua equipa – sintetizador, bateria, guitarra e voz feminina de acompanhamento – tocaram com mestria entre improvisações, covers e uma interacção genuína que deixava o público participar nas composições.
Carismático, energético, dançarino (até moonwalks tirou da cartola!) e profissional do saxofone, escolheu tirar “Tadow”, a sua música mais famosa logo no início, como forma de dizer «eu sou mais do que este hit». Do álbum “Lady Lady”, a faixa “Queen Tings”, esmerou-se com uma bonita linha de sintetizador, enquanto o galã romantizava as letras antes de entrar em solo com o saxofone. De acordo com as improvisações instrumentais, a “Wifeable” também incluiu um verso directamente criado para portugal, citando «She’s From Lisbon…». Simples, mas divertido de se ouvir.
Também a “Love Be Like”, original de JR Jarris, encontrou lugar entre a performance que colidia com o pôr do sol, fortalecendo o ambiente bem-disposto. Dando a primeira utilização à máquina de loop, Masego gravou um beatbox – utilizado para criar a introdução da faixa. Para criar um ambiente nostálgico (principalmente) ao público com mais de vinte anos, executou covers de “Sensual Seduction” de Snoop Dogg e “Glamorous” de Fergie. Um verdadeiro show de “TrapHouseJazz”, como define o autor.