The Avalanches Cumprem no Lisboa ao Vivo
2022-06-28, Lisboa ao VivoNo regresso dos espetáculos da Gig Club os The Avalanches trouxeram pela primeira vez “We Will Always Love You” a Portugal ao Lisboa ao Vivo.
Os The Avalanches vêm de um concerto em Glastonbury para o Lisboa Ao Vivo num evento promovido pela Gig Club. A digressão do duo começou a meio de Abril no Coachella e tem final marcado para Outubro também nos Estados Unidos.
Na sequência dos sucessos repetidos a cada álbum lançado e da edição da versão de aniversário de “Since I Left You” que celebrou no ano passado 20 anos, os The Avalanches regressaram a Portugal depois da última passagem por territórios lusos em 2017 no NOS Alive.
Aclamados magos de plunderphonics, situam-se na intersecção de hip-hop, com Nu-Disco e Neo-Psychadelia, Tony Di Blasi e Robbie Chater não formam propriamente uma banda de nicho apesar do som característico que produzem.
A entrada diz muito do que aí vem num concerto e, no caso dos australianos, que entraram a frio, a entrada definiu o tom durante grande parte do espetáculo. Apesar de reconhecível e icónica “The End” dos The Doors a antecipar a subida ao palco dos The Avalanches foi algo anti climática. Não foi mal recebida de todo, só não tão bem como poderia ser expectável.
Iniciaram com “The Divine Chord” o principal single do criticamente aclamado “We Will Always Love You” teve espaço nas rádios. O álbum teve mais presença com especial atenção para “Running Red Lights” a colaboração com Pink Siifu e River Cuomo foi a primeira do encore e um ponto alto do concerto. O público foi-se soltando timidamente, mas a versão club das faixas dos australianos deixavam a multidão por vezes confusa. No entanto, o duo soube gerir e a energia mostrada em palco ia sendo gradualmente respondida na sala. Energia esta, que poderia ser comparada à jornada do herói quase diretamente no sentido em que foi crescendo até uma quebra apenas para voltar a subir até ao seu apogeu final terminando com a calma da recompensa, os australianos saíram ao som de The Roches, “Hammond Song” origem da sample para “We Will Always Love You”.
Um dos pontos baixos foi, infelizmente, [por ser uma das faixas que pessoalmente mais gosto], “Take Care I’m Your Dreaming” com Di Blasi no final a bocejar apenas para ser respondido com um rugido da multidão que marcou assim presença. Seguiu-se o regresso às batidas mais abstractas para deleite do povo. Talvez este tenha sido o momento crucial que decidiu a não inclusão de “Frankie Sinatra” no alinhamento ou talvez, porque não tem sido presença em espetáculos anteriores ou talvez mesmo a receção aquando do lançamento. O primeiro single do álbum de 2016, “Wildflower” marcou o regresso do grupo depois do êxito de “Since I Left You” e inclui versos de DOOM e Danny Brown, dois nomes pesadíssimos do rap underground. Contudo, foram outras as faixas do álbum que fizeram, e bem, parte do alinhamento como “The Wozard of Iz”, “Because I’m Me”, “Subways”, “If I Was a Folkstar” que surge de uma colaboração com Toro Y Moi. No final, ainda houve um pequeno grupo a pedir “Frankie Sinatra”, mas as luzes estavam ligadas e a música já não era ao vivo.
Pode-se dizer que o duo cumpriu, especialmente depois de lerem a sala e se focarem em ritmos mais club friendly, diga-se. Despedindo-se sensivelmente uma hora depois de começarem para voltarem renovados no encore. Musicalmente não se desviaram assim tanto do que tinham apresentado até lá, mas 4 faixas finais mexeram e fizeram mexer o público que respondeu energicamente, oxalá tivesse sido este o sentimento desde o início.