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Fotoreportagem NOS Alive: O que têm em comum Angel Olsen, Men I Trust, Tash Sultana, King Princess e Girl In Red? Fender!

Fotoreportagem NOS Alive: O que têm em comum Angel Olsen, Men I Trust, Tash Sultana, King Princess e Girl In Red? Fender!

Redacção
Inês Barrau

Tash Sultana e Girl In Red foram alguns dos mais celebrados concertos no Palco Heineken do NOS Alive em 2023.

Em 2017, uma das maiores marcas de guitarra do mundo, a Fender, disse que um dos seus fortes desejos era ver mais mulheres a tocar guitarra e naturalmente, a tocar com Fender. Desde aí apostou em vários modelos de assinatura de guitarra ou na inclusão de guitarristas-mulheres no seu grupo de “Fender Artists”, de artistas consagradas como Chrissie Hynde dos Pretenders a jovens promessas da música onde se incluem nomes como Tash Sultana, King Princess e Girl In Red.

A Tash Sultana Stratocaster é um lindíssimo modelo de assinatura com configuração HSS, num vibrante acabamento em vermelho translúcido, com hardware dourado e Girl in Red aceitou o desafio da marca para desenhar uma Fender com um singular arco-íris, que visou angariar fundos para a Kaleidoscope Trust, em apoio à comunidade LGBTQ+ global. O que não é de estranhar o convite, visto que Marie Ulven é um dos rostos do movimento queer para teenagers.

Estas três jovens promessas actuaram todas no palco Heineken do NOS Alive. E para além de serem mulheres e artistas Fender têm em comum o facto terem arrastado uma multidão de adolescentes, sobretudo, que em êxtase tornaram a tenda do Heineken pequena demais. Em baixo podes ver as galerias dos concertos de Tash Sultana, King Princess e Girl In Red e ainda de Man I Trust e Angel Olsen.

GIRL IN RED

Girl in Red é o projecto de Marie Ulven. Em vez de cuidar das feridas emocionais de um término de relação ou das dores de um amor não correspondido, Ulven, então uma adolescente à beira da idade adulta, optou por processar e curar esses desamores com o seu crescente público com uma série de EPs e singles.

O seu álbum de estreia, “if i could make it go quiet”, editado em Abril de 2021, começou por ser composto em casa, quando Marie escreveu e gravou 11 demos, pediu ao pai o seu carro emprestado e rumou de Oslo até Bergen numa viagem de 8 horas, para que pudesse trabalhar no seu álbum. Sediada entre majestosos fiordes junto ao Mar do Norte, Marie Ulver encontrou aqui a fórmula para a sua estreia em estúdio, num álbum repleto de coisas que gostaríamos de dizer aos outros, mas apenas dizemos a nós próprios.

A estreia no Alive foi um dos concertos mais concorridos do palco Heineken, a rebentar pelas costuras onde centenas de fãs gritaram (é o termo mais correcto) os temas do início ao fim. Marie e restante banda não desiludiram dando tudo em palco num concerto energético. Na setlist não faltaram temas como You Stupid Bitch”, “Girls”, “we fell in love in october” e“October Passed Me By”.

Não faltou também um espectacular crowdsurfing que levou Marie do palco até à régie! Girl In Red voltem rápido.


TASH SULTANA

Tash Sultana já é bem conhecida do público português, e pela segunda vez actuou no palco do NOS Alive, mas prova de fogo veio com o esgotado concerto no Coliseu de Lisboa em 2022. À semelhança de Girl in Red, Tash move também multidões e voltou a encher a tenda do palco (pouco) secundário do festival. O set não surpreendeu tendo um cenário muito semelhante aos anteriores concertos. A energia e simpatia cativante de Tash Sultana continua lá e a excelente esquizofrenia da multi-instrumentista também. Ora a ouvimos agarrada a uma guitarra ou baixo Fender, ora está no sintetizador, ora salta para o saxofone, trompete ou na bateria e percussão. E ainda… sabe cantar. Falsetes, melodias, onomatopeias sonoras que se encaixam no som como um instrumento adicional e um bonito timbre. Esta miúda faz tudo tem o pacote completo! A juntar a isto tudo é dona de boas malhinhas com uma vibe super positiva como “Jungle”, “Notion” ou “Pretty Lady”.

 

KING PRINCESS

Um dos primeiros contactos que tivemos com a jovem cantora e compositora King Princess foi através das Fender Sessions. Mikaela Mullaney Straus fez-se notar logo com o seu single de estreia, “1960” – uma ode a histórias queer não contadas – que se tornou um sucesso instantâneo com mais de 600 milhões de streams até o momento e alcançando o estatuto de Platina nos Estados Unidos e na Austrália. O álbum de estreia, “Cheap Queen”, foi lançado em 2019 pela Zelig Records/Columbia Records de Mark Ronson.

As digressões esgotadas levaram-na em redor de todo o mundo marcando presença em festivais como o Coachella, Glastonbury, Governors Ball e Bonnaroo, até que fez a sua estreia no NOS Alive. Em julho de 2022, editou o segundo álbum, “Hold On Baby”, que contou com a produção de Ethan Gruska, Aaron Dessner, Dave Hamelin e Mark Ronson. O disco apresenta ainda contribuições de Justin Vernon, Bryce Dessner, James Krivchenia e bateria de Taylor Hawkins no épico encerramento do disco, “Let Us Die”. Um começo bastante auspicioso.

E em Portugal mostrou o porquê de ser uma das novas princesas da indie pop. Os seus maiores hits “1950”, “Talia”, “Change the Locks”, “Little Bother” ou “Cursed” soaram como verdadeiras joias da coroa, e foram amplamente aclamados por quem se dirigiu até à tenda.

 

ANGEL OLSEN & MEN I TRUST

Nem Angel Olsen, nem Emmanuelle Proulx, a voz dos canadianos Men I Trust, fazem parte do Fender Artists, mas a verdade é que a imagem característica de ambas é sempre com uma Fender nas mãos.

Em 2021, Men I Trust, o grupo composto ainda por Jessy Caron (guitarra, baixo) e Dragos Chiriac (teclado), editaram o mais recente álbum, “Untourable Album”. Ao Alive não arrastaram uma multidão tão ruidosa como as citadas anteriormente, mas proporcionaram um leve final de tarde.

 

Angel Olsen é dona de um dos melhores álbuns de 2022, eleito por várias publicações, e foi com “Big Time” que se fez o regresso da artista a Portugal. É um álbum sobre o poder expansivo de um novo amor, escrito durante a época em que Olsen assumia-se como queer e tendo a sua primeira experiência de amor e desgosto queer. Mas esse brilho e otimismo são temperados por uma sensação profunda e estratificada de perda; os pais de Olsen faleceram com semanas de diferença, logo após a artista se ter assumido. O álbum gravado e misturado com o co-produtor Jonathan Wilson em Topanga, Califórnia, prova que Olsen escreve-nos agora de um lugar mais enraizado de clareza. Enquanto o seu álbum anterior, “All Mirrors”, estava cheio de mudanças e reviravoltas dramáticas, aqui as surpresas vêm de forma simples – um lento crescendo de acordes, instrumentais que giram como uma tempestade ou buzinas brilhantes numa balada sobre separação inundada de luz. Estas são canções não apenas sobre o luto transformacional, mas também sobre encontrar liberdade e alegria nos obstáculos que surgem.

Em palco, a voz de Angel traz-nos paz e conforto e para além de ter apresentando alguns temas novos de “Big Time”, não esqueceu “Shut Up Kiss Me”, um dos seus grandes temas ou “Give It Up” e “Sister”.

 


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