Dean Contra-Ataca Ferozmente a Gibson
No mais recente desenvolvimento do confronto entre a Gibson e a Dean Guitars, a última fez uma série de acusações contra a primeira, incluindo interferência junto dos lojistas e distribuidores, ao mesmo tempo que procura revogar as patentes Gibson dos designs Flying V, Explorer e ES-335.
Apesar de a Gibson, na semana passada, ter emitido um comunicado onde procurava pacificar toda a polémica que estalou na praça pública, depois do vídeo “Play Authentic” de Mark Agnesi, a Dean Guitars, propriedade da empresa Armadillo Enterprises avançou com um processo judicial contra a Gibson, no passado dia 08 de Julho, no US District Court do Distrito Leste do Texas, alegando «tortuosa interferência nas relações comerciais e/ou contratos da Armadillo» no período que se seguiu ao processo legal a que a Gibson procedeu no passado dia 06 de Junho de 2019.
A informação é avançada pelo site Guitar.com. O site que tem seguido mais proximamente toda esta celeuma cita o contra processo da Armadillo: «Após avançar com o processo de queixa, a Gibson contactou distribuidores de guitarras (incluindo distribuidores da Armadillo), ameaçando acções legais e exigindo que as lojas removam todas as guitarras Armadillo com designs V, Z ou semi-hollow».
Alegadamente, a loja de guitarras Carlino Guitars, localizada em Medford, Massachusetts, recebeu cartas de cessão e desistência da Gibson, em Abril e Maio de 2019. Cartas que não só exigiam a remoção de guitarras Dean V e Z do seu website, como ainda acusava a loja de ser cúmplice de violação de direitos, ao ter em stock guitarras Dean, e ameaçava avançar com acções legais se a loja não obedecesse às exigências.
A Dean crê que cartas similares foram enviadas a outros distribuidores e lojistas, pedindo o auxílio destes para «recuperar o controlo dos famosos designs de corpo de guitarras da Gibson» e encorajando-os a denunciar qualquer um que suspeitem «estar a usar as patentes Gibson sem autorização», através do infame formulário online da Gibson. Estas acções resultaram em chamadas telefónicas dos distribuidores que se mostraram «preocupados e temendo continuar a negociar com a Armadillo», refere esta empresa.
Sugerir que músicos como Michael Schenker, Eric Peterson, Christian Martucci ou John Connolly abertamente promoveram, tocaram ou apoiaram espúrios produtos falsificados em palcos no mundo inteiro é um absurdo
A juntar a estas graves acusações, a Armadillo anunciou um processo em que pretende revogar as patentes (válidas no território norte-americano e em alguns outros países) dos designs Flying V, Explorer e ES-335, tornando assim inválidas as reclamações da Gibson. «Os designs referidos têm sido usados de forma aberta e promovidos durante anos e, em alguns casos, durante décadas». Mais à frente pode ler-se que durante todo este tempo a Gibson senta-se no pedestal dos seus pretensos direitos e tem falhado sucessivamente em fazê-los vingar. Para o demonstrar judicialmente, a Armadillo fará prova de que os modelos da Dean são produzidos há várias décadas, alguns deles datados até 1976.
«As formas dos produtos da Armadillo são lugares comuns e todos estão assinalados com as distintas e bem conhecidas marcas da Dean e/ou Luna, além dos distintivos headstocks», pode ler-se no processo, que prossegue: «Sugerir que músicos como Michael Schenker, Eric Peterson, Christian Martucci ou John Connolly abertamente promoveram, tocaram ou apoiaram espúrios produtos falsificados em palcos no mundo inteiro é um absurdo». Recentemente, Michael Amott, artista de assinatura Dean, passou em Portugal com os Arch Enemy, no VOA.
Esta reconvenção da Armadillo pretende a revogação das patentes Gibson dos formatos Flying V, Explorer e ES-335, além dos «máximos danos permitidos por lei» caso se prove a interferência da Gibson junto dos distribuidores da Dean. O caso da Dean poderá aproveitar o facto de e Gibson ter, muito recentemente, perdido o direito de patente do corpo Flying V nos tribunais europeus.